De que serve mudar a saudade de lugar se a ausência é uma ofensa à integridade física do coração?
De que serve encontrar o caminho de regresso se nós dois somos a soma de vários desencontros?
De que serve escrever poemas em movimentos se os gestos que se movem nas tuas mãos continuam parados?
De que serve dar razão à poesia se a poesia só serve dar razão ao vazio?
Sim, Amor, de que serve atirar-te palavras à cara se o grito é a soma de vários silêncios?
Heduardo Kiesse