O Ocidente iniciava os estudos sobre as forças da natureza, como a gravidade, o magnetismo e a eletricidade, quando Mesmer tornou-se o centro das atenções por seu trabalho com curas fenomenais, trazendo a teoria que viria a ser conhecida como mesmerismo(*).
Na verdade, Mesmer compreendia o Universo como uma unidade viva, onde cada parte manifestada no mundo das formas era afetada por uma força incompreensível ao cidadão comum. Ele afirmava que essa força era alheia às reconhecidas pelo mundo científico convencional, particularmente se manifestando por meio do fenômeno do magnetismo. Por esse motivo, não apresentou totalmente a sua teoria aos cientistas da época, quando da sua tese de doutoramento. Antevia que seria incompreendido.
(*) Mesmerismo - Teoria de Franz Anton Mesmer (1733-1815), médico austríaco, segundo a qual todo o ser vivo seria dotado de um fluido magnético e capaz de transmiti-lo a outros indivíduos, estabelecendo-se, assim, influências psicossomáticas recíprocas, inclusive com fins terapêuticos - é o magnetismo animal.Logicamente, fazendo os homens parte do plano físico e sendo partículas manifestadas no Cosmo, Mesmer concluiu que essa força era igualmente irradiada pelos organismos humanos, e convencionou chamá-la de magnetismo animal.
Na verdade, nossos corpos são como magnetos, com pólos eletromagnéticos bem definidos, conjugados às emanações que perpassam pelo duplo etérico, próprias do metabolismo fisiológico. Disso resulta a produção dos diversos tipos de ectoplasma, uma substância sutil entre o material e o éter, que pode ser direcionada pela força mental adestrada, pelo pensamento e pela ‘vontade. Essa chamada energia zôo da apometria pode ser acumulada, expandida, compactada, absorvida ou isolada com maior potencialidade quando a força mental do mago se alia a certos elementos materiais, como os metais, minerais, óleos, água, ervas e até alguns tipos de tecido, papel e madeira, como os utilizados na magia dos terreiros de umbanda.
A ciência já comprovou, mediante estudos experimentais inquestionáveis, que a força magnética emitida se reproduz no objeto ao qual está direcionada, como se fosse uma cópia de sua própria vibração.
Muitos dos objetos pessoais são uma extensão magnética do cidadão que os usa habitualmente. Assim, o mago que projeta a sua vontade e poder mental concentrado nesse ponto focal poderá movimentar forças similares invocadas pelo seu poder mental ou do próprio consulente, se for participante ativo do ato de magia.
Assim como ocorre na apometria, na umbanda o magnetismo animal ou magia magnética é fundamental, aliado a outros tipos de fluidos que os técnicos do “lado de lá” movimentam, e que, por repercussão vibratória natural, decorrente da força centrípeta do conjunto dos corpos astral e etérico, acabam afetando o corpo físico dos atendidos, propiciando as curas. Esse mecanismo é mais atuante em espíritos desencarnados socorridos, quando recompõe-se membros esfacelados, realiza-se cirurgias e troca-se as vestes maltrapilhas por roupas novas.
Tende em mente que os chamados “milagres” propiciados pela magia não são contrários à natureza e aos seus elementos manifestados na Terra. Aquilo que não conheceis pode ser contrário à nossa natureza, um tanto refratária a qualquer nota diferente do diapasão a que nossas casas mentais estão habituadas. Claro está que sem a sugestão mental nada se faz, na magia e na caridade que envolve o mediunismo.
Arthur Sinnhofer