safiira

 
registro: 07/10/2009
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A elegancia no comportamento

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara : a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. 
 
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. 
 
É uma elegância desobrigada. 
 
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.  Nas pessoas que escutam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. 

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. 
 
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. 
 
É possível detectá-la em pessoas pontuais. 
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está. 
 
Oferecer flores é sempre elegante. 
 
É elegante não ficar espaçoso demais. 
 
É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer... 
 
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. 
 
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. 
 
É elegante retribuir carinho e solidariedade. 
 
É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.... 
 
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. 
 
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. 
 
É elegante a gentileza; atitudes gentis falam mais que mil imagens... 
 
Abrir a porta para alguém? É muito elegante. 
 
Dar o lugar para alguém sentar? É muito elegante. 
 
Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma... 
 
Oferecer ajuda? Muito elegante. 
 
Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente elegante. 
 
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. 
 
A saída é desenvolver em si mesma a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras". 
 
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la. 
Educação enferruja por falta de uso. 

E, detalhe: não é frescura.