Márrcia

 
registro: 15/07/2014
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Último jogo

Um pouco de Fernando......

Presságio

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…

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Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

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gosto de gente....

images%2B%2826%29.jpgGOSTO DE GENTE

Gosto de gente com a cabeça no lugar, de conteúdo interno, idealismo nos olhos e dois pés no chão da realidade.

Gosto de gente que ri, chora, se emociona com um simples e-mail, um telefonema, uma canção suave, um bom filme, um bom livro, um gesto de carinho, um abraço, um afago.

Gente que ama e curte saudade, gosta de amigos, cultiva flores, ama os animais. 
Admira paisagens, poeira e chuva.

Gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão, repartir ternuras, compartilhar vivências e dar espaço para as emoções dentro de si, emoções que fluem naturalmente de dentro de seu ser!

Gente que gosta de fazer as coisas que gosta, sem fugir de compromissos difíceis e inadiáveis, por mais desgastantes que sejam.

Gente que colhe, orienta, se entende, aconselha, busca a verdade e quer sempre aprender, mesmo que seja de uma criança, de um pobre, de um analfabeto.

Gente de coração desarmado, em ódio e preconceitos baratos. Com muito AMOR dentro de si.

Gente que erra e reconhece, cai e se levanta, 
apanha e assimila os golpes, tirando lições dos erros e fazendo redentoras suas lágrimas e sofrimentos.

Gosto muito de gente assim como VOCÊ 
e desconfio que é deste tipo de gente que DEUS também gosta!

Autor: Artur da Távola 

0_8a415_1592d78_XL.gifboa noite


Felicidade é uma viagem

Felicidade é uma viagem

Henfil

Por muito tempo, eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade. Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. aí sim, a vida de verdade começaria. Por fim, cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade. Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho! Assim, aproveite todos os momentos que você tem. E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo, e lembre-se que o tempo não espera ninguém. Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade, até que você volte para a faculdade, até que você perca 5 kg, até que você ganhe 5 kg, até que seus filhos tenham saído de casa, até que você se case, até que você se divorcie, até sexta à noite até segunda de manhã, até que você tenha comprado um carro ou uma casa nova, até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos, até o próximo verão, outono, inverno, até que você esteja aposentado, até que a sua música toque, até que você tenha terminado seu drink, até que você esteja sóbrio de novo, até que você morra, e decida que não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo... Lembre-se: Felicidade é uma viagem, não um destino.

                                linda noite!!!         


aceitação uma difícil tarefa

tarsila.jpg“aceitação e mudança.”
A aceitação dos outros é uma coisa tão natural e óbvia na teoria, mas difícil e problemática no nosso dia-a-dia. Muitos aborrecimentos, dor, tristeza e amargura são sentidos na relação com os outros.É duro aceitar o outro: o próximo, o vizinho, o pai, o filho, a mãe, a filha, o irmão, a irmã, os avós, o chefe, o colega, o professor, "o pedestre, o motorista, o empresário, o político. Isso se torna muitas vezes uma fonte de  irritação, irritação e raiva. Mas , o problema é: Viver é igual a conviver, não há como evitar o outro.É difícil aceitar o outro como é,quando o torno a fonte de minha satisfação, " a causa da minha felicidade, o fundamento do meu prazer. Porque quero mudá-lo, coagi-lo, manipulá-lo, orientá-lo, influenciá-lo para obter o máximo de proveito. É uma grande maneira de ser egoísta na mais alta expressão.
Aceitação mútua incondicional é o ingrediente básico para uma relação de crescimento entre dois seres humanos. É uma relação sem ameaças de discriminação, de rejeição e de rompimento. Sempre haverá opiniões diferentes, pontos de vistas divergentes, perspectivas opostas, mas através do diálogo, comunicação e interação chegar-se-á a compreensão, confiança e cooperação.
Aceitar é o oposto de mudar, mas é a condição básica para mudança porque permite o desabrochar, o brotar do que há de melhor no outro.
Aceitar não é querer mudar o outro mas deixá-lo ser. Quando você deixar alguém ser ele mesmo, a pessoa  mostra o que há de melhor dentro "de si.
Para se relacionar adequadamente, você precisa aceitar, sem querer mudar. Com a insistência dos parceiros para  a mudança, as posições se enrijessem, as discussões aumentam, o relacionamento esfria, os ataques se multiplicam, o ódio ferve, o afastamento emocional toma conta, a vida vira um sofrimento. Falar mal, brigar, chantagear, implorar, prometer, ameaçar de nada adianta. A única solução é deixar ser. Cada ser humano é o autor do próprio destino, portanto cada um é responsável pela própria vida. Portanto, para seu relacionamento escolha pessoas que você não precisa mudar, pessoas que você possa aceitar incondicionalmente, dando-lhes o direito, inclusive, de mudar se assim o desejarem.
Não assuma a frustrante tarefa de mudar, a obrigação, o dever de mudar. Ninguém tem o direito, a responsabilidade ou o poder para mudar o outro. Por isso não se sinta culpado pela vida do outro. Cuide da sua e estará fazendo uma grande bem  por você mesmo.

                                                                         boa noite

   

O outro e eu...eu e o outro


Veja se dá para entender: a gente, para a gente mesmo, é a gente. Raramente consegue ser o outro. A gente, para o outro, não é a gente, é o outro. Deve estar confuso. Tento de novo. Cada um de nós vive uma ambiguidade fundamental: ser a gente e ao mesmo tempo, ser o outro. Pra gente, a gente é a gente. Para o outro, a gente é o outro.

Temos, portanto, dois estados: ser o eu de cada um de nós e ser o outro. Na vida de relação, pois temos que saber ser o ‘eu individual’ e ao mesmo tempo, aceitar funcionar em estado de alteridade , ou seja, de ‘outro’.

O outro, raramente nos considera como a gente (como pessoa singular, peculiar, própria, única, desigual). Em geral, ele nos considera como o ‘outro’. Daí surgem os conflitos. Não apenas o outro em geral não nos considera como ‘a gente’. Também a gente não sabe aceitar, ou raramente aceita, ser tratado como ‘outro’. A gente quer ser tratado como a gente sabe que é, e não como o outro nos considera.

A gente sempre tem esperança que o outro descubra o que a gente é. Mas isso é muito difícil, porque o outro nos vê como ‘outro’ ou como qualquer projeção dele, jamais nos vê como a gente se vê ou quer ser visto ou gostaria de ser visto.


É essa a vontade de que nos vejam como individualidade que somos, o que nos leva a exigir talvez demais daqueles que se relacionam conosco. Eles talvez não estejam preparados (raramente estão) para nos ver como ‘eus’, como unidades próprias, como somos ou como queremos ser.

Exigir dos demais que nos vejam em nossa individualidade é um fato de pouca sabedoria. Raramente eles o conseguem, porque se somos ‘eu’ para nós mesmos, somos outro para eles. Em estado de ‘eudade’ (de eu), somos uma pessoa. Em estado de alteridade, somos outra pessoa.

Conseguir, sem exigir ou cobrar, porém, que o outro não nos veja como ‘o outro’ que somos para ele, mas como o ‘eu’ que somos para a gente, é ato de sabedoria. Significa saber ser nítido, saber colocar-se como pessoa e como individualidade, saber ocupar o próprio espaço sem qualquer invasão do espaço dos demais ou sem qualquer limitação do que eles são e nos agregamos, por inveja ou por admiração (coisas muito parecidas).

Para tal, é mister que saibamos ver o outro não apenas como o ‘outro’, mas como o ‘eu dele’ para ele. Mais claro: significa ver o outro como ele é, na condição de ‘eu’ ou seja, de indivíduo próprio, peculiar, semelhante sim, mas desigual e não na condição de ‘outro’, que é como ele chega até nós.

É no centro dessa relação que está a essência do problema da comunicação e da comunhão (que vem a ser a mesma coisa).

Eu devo ser ‘eu’ para mim e para o outro. O outro deve ser o ‘eu-dele’ para mim. Eu devo aceitar ser ‘o outro’ para o outro. Mas devo desejar e conseguir ser ‘eu’ para ele. Eu, em estado de ‘eu’, devo aceitá-lo como outro. Eu, em estado de ‘outro’, devo aceitá-lo como o eu dele. Eu e ele somos ao mesmo tempo ‘eu’. Eu e ele somos ao mesmo tempo ‘ele’. Ele é ‘eu’ mas também é ele. Por isso somos, ao mesmo tempo, semelhantes e diferentes. Por isso somos irmãos. Por isso a humanidade é uma só. Por isso a igualdade humana é uma verdade, na diferença individual.

E, para terminar, um outro alcance, paralelo ao principal, mas verdadeiro nas relações humanas: o outro nunca sabe direito o que ele é e representa para a gente. E a vida nos vai ensinando a ser cada vez mais sozinhos, pelo acúmulo de não correspondência daqueles que sempre nos significam algo, mas nunca o souberam ou perceberam na exata medida. Ou então, preocupados em excesso com os próprios problemas nunca atenderam ao potencial de afeto que por eles ou para eles havia em nós e foi desgastando em uso ou dispersão, já que não o souberam receber.

Às vezes esse ‘outro’ é mesmo o outro. Aí é a gente que fica com o próprio gesto de amor solto no ar à espera de aceitação, entendimento e correspondência. Em ambos os casos, dói. Mas isso já é outra crônica.
                                                        
                                          Artur da távola