bleka

registro: 08/07/2008
A PAZ é a recompensa de seguir seu coração.
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MEIO FIO


Onde quer que eu vá

Levo em mim o meu passado

E um tanto quanto do meu fim

Todos os instantes que vivi

Estão aqui

Os que me lembro

E os que esqueci...

Carrego minha morte

E o que da sorte eu fiz

O corte e também a cicatriz


Mas sigo meu destino

num yellow submarino

Acendo a luz

Que me conduz

E os deuses me convidam...


Para dançar

No meio fio

Entre o que tenho

E o que tenho que perder

Pois se sou só, eu só

Flutuando no vazio

Vou dando voz ao ar

que eu receber


Pra ficar comigo

Corro, salto, me equilibro

Entre minha neta

e minha avó

Fico firme, sigo adiante

Ante o perigo

Vejo o que me aflige virar pó


As vezes acredito em mim

As vezes não acredito

Também não sei

se devo duvidar


Mas sigo meu destino

Num yellow submarino

Acendo a luz

Que me conduz

E os deuses me convidam...


Para dançar

No meio fio

Entre o que tenho

E o que tenho que perder

Pois se sou só, eu só

Flutuando no vazio

Vou dando voz ao ar que receber


Tempo Rei


Não me iludo

Tudo permanecerá do jeito que tem sido

Transcorrendo

Transformando

Tempo e espaço navegando todos os sentidos

Pães de Açúcar

Corcovados

Fustigados pela chuva e pelo eterno vento

Água mole

Pedra dura

Tanto bate que não restará nem pensamento

Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei

Transformai as velhas formas do viver

Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei

Mãe Senhora do Perpétuo socorrei

Pensamento

Mesmo o fundamento singular do ser humano

De um momento

Para o outro

Poderá não mais fundar nem gregos nem baianos

Mães zelosas

Pais corujas

Vejam como as águas de repente ficam sujas

Não se iludam

Não me iludo

Tudo agora mesmo pode estar por um segundo

Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei

Transformai as velhas formas do viver

Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei

Mãe Senhora do Perpétuo socorrei

Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei



Retrovisor


O tempo não explica pra onde se leva a dor

E na memória, as marcas me escondem o teu amor

Amor que me liberta de quem ainda sou

E me devolve o que um dia o passado aprisionou

Como será que você me vê?

Onde será que estou pra você?

Será que sabe o quanto já tentei?

E mais uma vez tentando eu falhei?

Será que mora em algum lugar?

Onde minha voz consiga alcançar

Terá alguém que possa me encontrar?

E mostre por onde eu devo caminhar

A vida vai passando sem lhe avisar quem sou

E no teu peito eu vejo o que o tempo silenciou

E nos cabelos brancos de quem já se cansou

Eu sigo do lado de fora da porta que me deixou

Como será que você me vê?

Onde será que estou pra você?

Será que sabe que te vi crescer?

E o tempo não pode me envelhecer?

Em que lugar você me colocou?

Em uma estante ou no retrovisor?

Como dizer que não há ninguém?

Se eu me entreguei pra te fazer alguém

Como será que você me vê?

Onde será que estou pra você?

Será que sabe que te vi crescer?

E o tempo não pode me envelhecer?

Em que lugar você me colocou?

Em uma estante ou no retrovisor?

Como dizer que não há ninguém?

Se eu me entreguei pra te fazer alguém

Como será que você me vê?

Onde será que estou pra você?

Será que sabe que te vi crescer?

E o tempo não pode me envelhecer?

Em que lugar você me colocou?

Em uma estante ou no retrovisor?

Como dizer que não há ninguém?

Se eu me entreguei pra te fazer alguém

A vida vai passando sem avisar quem sou

A vida vai passando



Inocentes



Quando é que a gente abriu mão de tanta conquista?

De tudo que caminhamos pra nos libertar

Será que aquela coragem ficou na pista?

Todo mundo crente que está certo o tempo todo

E o contraditório é só a sua opinião

Inocentes vão marchando para o precipício

Convencidos de encontrar um paraíso

Atrás de um paraíso

Paraíso para si

Será que alguém aqui consegue me explicar (Me explicar)

Quando é que a gente abriu mão de tanta conquista?

De tudo que caminhamos pra nos libertar

Será que aquela coragem ficou na pista?

Todo mundo crente que está certo o tempo todo

E o contraditório é só a sua opinião

Inocentes vão marchando para o precipício

Convencidos de encontrar um paraíso

Atrás de um paraíso

Paraíso

Atrás de um paraíso

Paraíso para si


“... Você nunca vive as tristezas da vida que você não escolheu


Você só vive as tristezas da vida que você está vivendo.

Se tem a impressão que se tivesse escolhido diferentemente teria vivido melhor.

A expectativa de que haja uma fórmula pra vida é a fonte da tantas das nossas decepções.

Que tal de peito aberto...

Aberto pro mundo...

Encarar o mundo como ele é...

No seu ineditismo...

Na sua virgindade...

Na sua irrepetibilidade...

E saber que, sem fórmula nenhuma, estamos aí, diante de um mundo...

Extraordinariamente competente pra te entristecer...

Mas aqui e ali, também capaz de te proporcionar grandes alegrias...

Grandes surpresas...

Momentos que você nunca mais gostaria que acabasse...

São esses momentos que a gente persegue e que farão da vida sempre alguma coisa digníssima de ser buscada e fantástica de ser vivida.”

Clóvis de Barros Filho